Archive for outubro, 2014

Dois jogadores na mesma banca.

Dois jogadores estão em uma mesma banca quando um jogador executa sua tacada. Existe alguma penalidade? Para quem bateu? Para o outro jogador?

Bom, no livro de regras não existe nenhuma determinação clara sobre isso. Fiz uma busca no Decision e também não encontrei nada.

Mas não fiquei totalmente convencido e resolvi perguntar diretamente ao departamento de regras do R&A, St Andrews.

A resposta veio como eu suspeitava. É uma boa etiqueta um jogador esperar fora da banca até que o outro termine sua tacada, mas não há penalidade.

Veja a resposta da diretoria de regras da R&A:

Dear Mr Nabuco
 Thank you for your reply. 
 
The Rules of Golf do not prevent two players from being in the bunker at the one time.  However, what tends to happen is that the player waiting to play will stand outside the bunker so that he does not interfere with the other.  This is good etiquette but there is no breach if both are in the bunker at the same time.
 
I hope that this is of help.
Kind regards
Shona
 
SHONA McRAE
Assistant Director – Rules
The R&A, St Andrews, Fife, Scotland, KY16 9JD
Tel: +44 (0) 1334 460000; Fax: +44 (0) 1334 460003
 

Até a próxima,

J. Nabuco

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Quando é permitido tocar a linha de putt?

Um jogador, no Green, ao executar sua rotina de putt e verificar a caída, abaixou-se e apoiou no Green com a mão, na linha do putt do lado oposto do buraco.

Será penalizado ou não?

O que a regra fala sobre isso? Vamos ver:

 REGRA 16 – O Green
16-1. Geral
  1. Tocando na Linha de Putt 
Não é permitido tocar na linha de putt, exceto: 
(i) quando o jogador pode retirar impedimentos soltos, mas sem exercer pressão sobre qualquer coisa para baixo; 
(ii) quando da preparação da tacada, o jogador pode encostar o taco no chão em frente da bola, mas não exercer pressão sobre qualquer coisa para baixo; 
(iii) ao medir – Regra 18-6; 
(iv) ao levantar a bola – Regra 16-1b; 
(v) ao pressionar para baixo um marcador de bola; 
(vi) ao reparar as marcas de impacto de bolas ou de posições anteriores do buraco no green – Regra 16-1c; e 
(vii) ao remover obstruções móveis – Regra 24-1. 
(Indicar a linha de putt no green – ver Regra 8-2b). 

 Poderíamos então apelar para o item (iii) para não ser penalizado, alegando que estava “medindo” quando tocou o green?

Não e sim.

Não, não pode ser considerado ato de medir.

Sim, não será penalizado.

Por quê?

Veja a definição de linha de Putt, na seção II:

 A linha de putt é a direção na qual um jogador quer que sua bola siga depois de uma tacada no Green. Excetuando as disposições da Regra 16-1e (que fala sobre putting com um pé de cada lado da linha de putt) a linha de putt inclui uma distância razoável de cada lado da linha desejada(direita e esquerda). A linha de putt não se prolonga para além do buraco.

 Quer dizer, depois do buraco não é mais linha de put, ou seja, não se aplica a regra 16-1. Logo, não será penalizado.

Agora sobre “medir”, embora não tenha uma definição muito clara, o ato de medir está sempre relacionado a:

Medir o ponto de alívio, medir área para dropar, medir se a bola rolou mais de dois tacos do drop, medir qual jogador joga primeiro, etc… Estas “medidas” quase sempre utilizam um instrumento (taco, bandeira, etc..), ou passos, palmos, etc.. e se a bola for movida por esse instrumento ou ação, ou você toca o Green durante essa medição, não há penalidade na regra 18-6 e conseqüentemente, também não haverá penalidade na regra 16-1 (ao medir).

Desta forma, verificar qual a caída, não é considerado medir e se você tocar a linha de putt será penalizado em duas tacadas.

Até a próxima,

J. Nabuco

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Tacos tipo “chipper” são ilegais?

Esta pergunta é recorrente e sempre acontece quando um jogador tira da bolsa aquele taco estranho – e que para alguns donos afetuosos tem até apelidos carinhosos – e dá aquela tacada impossível, de mais de 100 jardas, a bola sobe pouco entra rolando no green e fica ao lado da bandeira.

– esse taco é ilegal!

– você tem que contar como dois tacos!

– você deveria deixar esse taco em casa!

E assim vai…

Vamos tirar essa dúvida de vez.

Hoje existem no mercado, basicamente dois tipos de chipper:

O Single Sided Face e o Double Sided Face. O nome já diz tudo. Veja abaixo

chippers

Em primeiro lugar vamos entender como é definido chipper.

O nome mais formal é putter chipper, o que acho que é o motivo de toda a confusão. É um taco com a cabeça parecida com o putter, mas com inclinação (loft) entre 30 e 46 graus. Por ser parecido com o putter, alguns fabricantes criaram o chipper com duas faces idênticas, o que é permitido para os putters, mas não para os outros tacos.

Veja o apêndice II, item 4d, que especifica a cabeça dos tacos de golfe, conforme livro de regras:

II 4d – Lado da Cabeça do taco para Golpear a Bola (Cara do Taco)

A cabeça do taco deve ter apenas um lado (a cara) para golpear a bola, exceto os “putters”, que podem ter dois lados, desde que tenham as mesmas características e sejam opostos um ao outro.

Desta forma, os chippers Double Sided Face são ilegais, pois não são putters (que não podem ter mais que 10 graus de loft) e sim um taco como qualquer outro. Também por esse motivo, chippers não podem ter grips como o do putter.

O dito popular que chippers Double Sided Face contam como dois tacos não bolsa, é mais um daqueles folclores do golfe.

Abs,

J. Nabuco

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O que acontece se minha bola bater no meu carrinho que está no OB e voltar para o campo?

O que acontece se minha bola bater no meu carrinho que está no OB e voltar para o campo?

Sorte minha?

Não é bem assim…

Vamos ver a regra sobre este assunto:

Regra 19. Bola em Movimento Desviada ou Parada

19-2 Por Jogador, Parceiro, «Caddie» ou Equipamento

Se a bola de um jogador é acidentalmente desviada ou parada por ele próprio, pelo seu parceiro ou por qualquer dos seus «caddies» ou equipamentos, o competidor incorre na penalidade de uma tacada. A bola tem de ser jogada de onde se encontra, exceto se ela ficar parada na roupa ou no equipamento do jogador, do seu parceiro ou de qualquer dos seus «caddies», caso em que a bola tem de, no percurso ou num obstáculo, ser deixada cair ou, se for no «green», colocada tão perto quanto possível do ponto diretamente abaixo do local onde a bola estava parada dentro ou sobre o artigo, mas não mais perto do buraco.

Exceção:

  • Bola que bata na pessoa que assiste ou segura a bandeira ou em qualquer coisa por ela transportada – ver Regra 17-3b.
  • Bola deixada cair – ver Regra 20-2a. (Bola propositadamente desviada ou parada pelo jogador, parceiro ou «caddie» – ver Regra 1-2.)

Como pode-se ver, não fala nada se o caddie ou o seu material (carrinho) estiver fora dos limites do campo, porém a decision 19-2/3 define que:

Se a bola bate acidentalmente no caddie (ou seu material) que estiver fora do campo e a bola parar dentro do campo, o jogador incorre na penalidade de uma tacada e a bola estará em jogo, devendo continuar de onde ela parou.

Interessante notar que, pela decision 19-2/4, se a bola atingir o caddie (ou seu material) que estiver fora do campo e a bola ficar fora de campo, o jogador sofrerá a penalidade de uma tacada, e como a bola ficou fora de campo, sofrerá outra penalidade e deve proceder de acordo com a regra 27-1 (bola em OB).

Até a próxima,

J. Nabuco

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Bola movida depois de feito a preparação para a tacada.

Todos sabem que em 2012 algumas alterações foram feitas nas regras, e uma delas foi a inclusão de uma exceção na Regra 18-2b, conforme descrito abaixo:

Regra 18-2b: Bola movendo após se posicionar para executar a tacada

Se a bola se mover ao se preparar para dar a tacada e for sabido ou virtualmente sabido que a bola se moveu não pela influencia do jogador, não haverá penalidade;

Algumas dúvidas ficaram no ar, e consultando as Decisions da USGA, gostaria de tentar esclarecer três pontos importantes:

  • Significado de “preparar para a tacada”. O ato de preparar para uma tacada (addressing the ball) é definido como colocar o taco no solo imediatamente à frente ou imediatamente atrás da bola, ele estando ou não na posição de executar a tacada (stance).
  • O simples fato da bola se mover, não é suficiente para ser aplicada esta exceção. Será necessário que existam razões fortes para isso, como uma rajada de vendo, água ou agente externo, por exemplo. A Decision 18-2b/1 deixa claro que o efeito da gravidade sobre a bola não satisfaz a condição desta exceção e a bola deve ser recolocada no local, com a penalidade de um stroke.
  • Se ocorrer o fato existindo razões fortes e a exceção for aplicada, não haverá penalidade e a bola deve ser jogada de onde ela parou.

Até a próxima,

J. Nabuco

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Não existe a regra de drop de 2 tacos em azar frontal de água!

Como dropar quando a bola cai em azar frontal de água?

Não é raro assistirmos aos nossos colegas, com aquela cara amarrada, fazendo o procedimento de marcar e medir dois tacos de distância do ponto onde a bola (aquela pro v1 zerinha, que acabou de sair da caixa) entrou no azar de água frontal, depois de sua última tacada, para dropar a próxima bola e assinalar uma tacada de penalidade.

Bom, sei que esse não seria o momento ideal para falar em regras, mas vamos lembrar a regra 26:

Regra 26. Azares de Água (Incluindo Azares Laterais de Água)

26-1. Alívio para Bola em Azar de Água (com a penalidade de uma tacada)

  1. Jogar uma bola tão perto quanto possível do ponto de onde a bola original foi jogada pela última vez (ver a Regra 20-5); ou
  2. Dropar uma bola atrás do azar de água, mantendo o ponto onde a bola original atravessou a margem do azar de água pela última vez no alinhamento entre o buraco e o ponto onde dropar a bola, sem limite para a distância atrás do azar de água ou
  3. Como opções adicionais, somente se a bola atravessou pela última vez a margem de um azar lateral de água, dropar dentro da distância de dois tacos e não mais perto do buraco do que (i) o ponto em que a bola original cruzou o azar de água ou (ii) um ponto na margem oposta do azar de água, à mesma distância do buraco.

Lateralwaterhazard2     Waterhazard

Veja bem que os itens a. e b. são para azar de água (frontal) e todos (a. b. e c.) são para azar lateral de água.

Resumindo, só existem duas opções para alívio (com penalidade de uma tacada) para azar frontal de água: bater do local onde deu a última tacada, ou o quanto quiser para trás e na linha formada por onde a bola entrou e a bandeira.

Em tempo: A regra trata de alívio, pois se o jogador quiser bater de onde a bola parou, mesmo dentro do azar, não haverá penalidade, desde que siga a regra 13-4 (batendo a bola em azar).

Até a próxima,

J. Nabuco

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Posso usar as costas do Putter para finalizar uma tacada?

Hoje, em nosso tornei mensal e tradicional, “tradicionalmente” ocorreu uma cena de torneio de PGA. Durante uma disputa verdadeiramente acirrada entre os participantes de um grupo, um jogador errou um putting e após solicitar permissão para terminar, como manda  a etiqueta, usou as costas do putter para embocar.

Imediatamente seu oponente informou que isso era considerado ilegal de acordo com as regras e sugeriu a penalidade de uma tacada.

Ainda durante o torneio, fui questionado sobre esta regra e como de costume, informei que sempre quando não posso apresentar a regra prefiro não emitir opinião. Tinha para mim que essa tacada era válida, mas sugeri que apenas anotassem a dúvida que depois eu confirmaria, pela penalidade ou não.

Bom, uma rápida pesquisa no livro de regras, verifiquei que na regra 14-1 está bem clara a resposta:

14-1 Bola a Ser Batida

A bola deve ser batida legitimamente e com a cabeça do taco e não pode ser empurrada, arrastada ou levada pelo taco como uma colher.

E só. Isso quer dizer que qualquer parte da cabeça do taco é cabeça do taco.

Mesmo assim, tomei o cuidado de fazer algumas pesquisas e encontrei um vídeo do Sul Africano Gary Player, vencedor de nove Majors, onde usou as costas do putter em uma difícil tacada no buraco 18 de um torneio em 1974 – Isso aconteceu há 40 anos e a regra vale até hoje… Vejam o vídeo:

http://www.randa.org/en/RandA/News/News/2012/July/Rules-Lytham.aspx

(obs: note que neste vídeo o Gray Player não teve alívio pois a parede do Club House era considerada OB)

Resumindo, sim, é possível usar qualquer parte do cabeça do taco para efetuar uma tacada!

Abs,

J. Nabuco

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Teste de Regras

Encontrei um artigo interessante no site da USGA que gostaria de compartilhar.

Pelos campos de golfe, sempre encontramos alguns jogadores que afirmam com certeza a regra do golfe em determinadas situações, mas na verdade o que está sendo feito é uma analogia com a regra, que nem sempre é verdadeira. Para cada situação, deve ser analisado se é realmente o que a regra está determinando. Em casos de dúvidas, muito pode ser esclarecido consultando o livro de decisões.

Vamos ver como está nosso conhecimento de regras:

Note o que aconteceu com John em um jogo com Steve e tente responder o que está certo e o que está errado.

Antes de jogar o seu tee shot no par-3, quarto buraco, John usa sua caneta de marcação para desenhar uma linha sólida completamente em torno do equador de sua bola. Ele pega um tee quebrado e abandonado no chão e o usa para colocar a bola. Sua bola cai no fringe do green.

Em preparação para o seu chip, John pede o seu adversário no jogo, Steve, para assistir a bandeira. Steve atende a bandeira e João deixa a bola a três pés do buraco. John marca a posição de sua bola usando sua ferramenta de reparo de pique de bola e levanta a bola. Steve, cuja bola está fora do green, pede para John recolocar a bola que ele tinha levantado e John se recusa. Steve chips sua bola e deixa a quatro pés do buraco.

Enquanto Steve executa sua tacada, John enxuga a lama de sua bola usando toalha de Steve. Steve emboca seu putt, mas não remove a bola do buraco. John recoloca sua bola com a linha que ele desenhou posicionada de tal forma que o ajuda a apontar para o buraco e em mais um golpe, John emboca, com a bola de Steve ainda no buraco.

Quantas penalidades devem ser computadas para John neste buraco?

Resposta: Nenhuma

Veja alguns dos mais comuns equívocos na interpretação das regras do golfe.

Equívoco: Uma linha traçada na bola não pode rodear o perímetro da bola e uma marca colocada sobre a bola não pode ser usada para ajudar na mira.

Regras 6-5 e 12-2 incentivar o jogador a colocar uma marca de identificação na bola; não há restrições sobre o tipo de marca distintiva que o jogador emprega. Decisão 20-3a / 2 explica que um jogador pode, ao colocar a sua bola, alinhe a marca para indicar a sua linha de jogo. Usando a marca identificadora desta forma também é permitido.

Equívoco: Os jogadores não podem usar tee ou toalha de outro jogador, pois estaria em violação das regras relativas à utilização de equipamento de outro jogador.

Regra 4-4 explica as restrições contra o uso de tacos de outro jogador. No entanto, o uso de tees de outro jogador, toalha, bola de golfe, lápis etc, não é uma violação de uma regra – ver Decisão 5-1 / 5.

Equívoco: Um jogador não pode ter a bandeira assistida quando a bola não se encontra no putting green.

Regra 17-1 afirma explicitamente que o jogador pode, antes de sua tacada, ter a bandeira assistida, independentemente da parte do campo em que a bola se encontra.

Equívoco: A posição de uma bola só pode ser marcada por meio de uma pequena moeda.

A nota do artigo 20-1 recomenda que a posição da bola possa ser marcada com uma pequena moeda ou objeto similar; No entanto, um jogador pode marcar a posição de sua bola usando qualquer objeto – ver Decisão 20-1 / 16.

Equívoco: Em jogo por buracos (match play), o oponente do jogador “controla a bola do jogador” no putting green.

De 1956 a 1983, as Regras de Golfe permitia que o oponente do jogador determinasse ao jogador para recolocar sua bola no green. Desde a revisão das Regras de Golfe 1984, isto já não é o caso.

Equívoco: Uma bola não pode ser embocada se outra bola estiver no buraco.

Nada nas Regras de Golfe proíbe um jogador de embocar uma bola enquanto outra bola está em repouso no buraco. Na situação descrita acima, a etiqueta dita que Steve tire a bola antes de John jogar, mas nenhum jogador está na violação de uma regra.

Ainda existe uma quantidade enorme de equívocos na interpretação das regras, que compartilharei em outros posts.

Abs,

J. Nabuco

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Áreas de Drope (Dropping Zones)

Sou um crítico fervoroso de uso indiscriminado de áreas de drope, principalmente quando elas são feitas por desconhecimento das regras de “como dropar”.

Vejamos no caso de nossa raia 3, próximo ao green. Foi criado uma área de drop, para ser utilizada quando a tacada for prejudicada pela tela de proteção ao final do green.

Bom, neste caso, como deveria ser o drope de alívio? Simples, um taco de distância do primeiro ponto de alívio (não medindo através do obstáculo – nossa regra local) e não mais próximo da bandeira. O que acontece é que existe uma banca neste ponto e é sabido que o drop não pode ser feito dentro de um azar ou no green. O que fazer? Basta procurar o “primeiro ponto de alívio” não mais próximo da bandeira, cujo drope não caia na banca, que pode ser à direita ou à esquerda do green, dependendo da posição da bandeira.

Aproveitando, vamos falar um pouco sobre áreas de drope. A simples criação das mesmas não definem por si só o seu uso. Conforme o anexo I, parte A, item 6 das regras de golfe, Áreas de Drope são áreas especiais onde as bolas podem ou devem ser dropadas, quando não for possível ou praticável proceder exatamente em conformidade com a regra de obstrução fixa, condições anormais de terreno, green errado, azares de água e azares laterais de água ou bola injogável. No mesmo anexo, na parte B, item 8, o livro sugere o modelo da regra local que deve ser usada para área de drope e nela fica claro que o uso da área de drope é opcional.

Desta forma, mesmo existindo uma área de drope na raia 3 e se a regra local for omissa, podemos optar por dropar conforme a regra 24 (Obstruções).

Use as regras para ter um jogo mais prazeroso.

Até a próxima.

J. Nabuco

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Bola no lago da Raia 9 ou bola perdida?

Em nosso campo, sempre existe uma calorosa discussão quando alguém bate uma bola do tee da raia 9/18 e ela vai em direção ao lago.

Posso considerar que caiu no lago e aplico as regras de drop de azar lateral de água ou é bola perdida e deve-se bater outra bola do tee?

Bem complicado mesmo.

Veja o artigo do John Byers:

Antes de tudo, quero ressaltar uma importante mudança nas Regras de Golfe versão 2008 – 2011: antigamente para a bola ser considerada perdida num azar de água, era necessário ter “evidência razoável” do que ela estava dentro do mesmo. A partir de janeiro de 2008, para uma bola ser considerada perdida dentro do azar de água, deve ser “conhecido ou virtualmente assegurado” que a bola está dentro do azar.

Muitos vão perguntar: qual é a diferença? De acordo com as novas regras, para ter absoluta certeza do que a bola esteja perdida dentro do azar, ou é preciso encontrar a bola dentro do azar; ou é necessário ter testemunho do que a bola entrou (e não saiu) dele; ou, ainda, deve haver a clara impossibilidade de a bola estar em outro lugar a não ser dentro do azar. O jogador não pode presumir que sua bola esteja dentro do azar simplesmente porque existe a possibilidade da bola estar dentro do azar. Se não houver este “conhecimento” de que a bola está no azar de água, a bola está perdida e o jogador tem que repetir a tacada do local anterior, com penalidade de tacada e distância (Regra 27 -1).

Agora veja a regra no original em inglês:

26-1. Relief for Ball in Water Hazard
It is a question of fact whether a ball that has not been found after having
been struck toward a water hazard is in the hazard. In the absence of
knowledge or virtual certainty that a ball struck toward a water hazard, but
not found, is in the hazard, the player must proceed under Rule 27-1.
If a ball is found in a water hazard or if it is known or virtually certain that a
ball that has not been found is in the water hazard
(whether the ball lies in
water or not), the player may under penalty of one stroke:
a. Proceed under the stroke and distance provision of Rule 27-1 by playing ….

Ou seja, ainda existe para o meu entendimento, que a área perto do lago está limpa e a bola não foi encontrada, existe então “a clara impossibilidade de a bola estar em outro lugar a não ser dentro do azar”. Quero dizer que em alguns casos (como nossa raia 9) não é “uma possibilidade a bola estar na água” e sim uma “impossibilidade dela estar fora” considerando a direção que ela tomou e a facilidade de encontrar caso esteja na raia 1.

No próprio artigo do John Byers ele sugere entre outras coisas (ter um forecaddie, limpar as áreas ao redor dos lagos, cortar o rough, etc…) para evitar dúvidas. Ele também fala que em muitos torneios os árbitros decidem por optar por bola perdida, que a meu ver é uma solução muito simplista, não analisando a fundo as regras.

Bom, isso é golfe: 34 regras e muita conversa…

Até a próxima,

J. Nabuco

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