Em nosso campo, sempre existe uma calorosa discussão quando alguém bate uma bola do tee da raia 9/18 e ela vai em direção ao lago.
Posso considerar que caiu no lago e aplico as regras de drop de azar lateral de água ou é bola perdida e deve-se bater outra bola do tee?
Bem complicado mesmo.
Veja o artigo do John Byers:
Antes de tudo, quero ressaltar uma importante mudança nas Regras de Golfe versão 2008 – 2011: antigamente para a bola ser considerada perdida num azar de água, era necessário ter “evidência razoável” do que ela estava dentro do mesmo. A partir de janeiro de 2008, para uma bola ser considerada perdida dentro do azar de água, deve ser “conhecido ou virtualmente assegurado” que a bola está dentro do azar.
Muitos vão perguntar: qual é a diferença? De acordo com as novas regras, para ter absoluta certeza do que a bola esteja perdida dentro do azar, ou é preciso encontrar a bola dentro do azar; ou é necessário ter testemunho do que a bola entrou (e não saiu) dele; ou, ainda, deve haver a clara impossibilidade de a bola estar em outro lugar a não ser dentro do azar. O jogador não pode presumir que sua bola esteja dentro do azar simplesmente porque existe a possibilidade da bola estar dentro do azar. Se não houver este “conhecimento” de que a bola está no azar de água, a bola está perdida e o jogador tem que repetir a tacada do local anterior, com penalidade de tacada e distância (Regra 27 -1).
Agora veja a regra no original em inglês:
26-1. Relief for Ball in Water Hazard
It is a question of fact whether a ball that has not been found after having
been struck toward a water hazard is in the hazard. In the absence of
knowledge or virtual certainty that a ball struck toward a water hazard, but
not found, is in the hazard, the player must proceed under Rule 27-1.
If a ball is found in a water hazard or if it is known or virtually certain that a
ball that has not been found is in the water hazard (whether the ball lies in
water or not), the player may under penalty of one stroke:
a. Proceed under the stroke and distance provision of Rule 27-1 by playing ….
Ou seja, ainda existe para o meu entendimento, que a área perto do lago está limpa e a bola não foi encontrada, existe então “a clara impossibilidade de a bola estar em outro lugar a não ser dentro do azar”. Quero dizer que em alguns casos (como nossa raia 9) não é “uma possibilidade a bola estar na água” e sim uma “impossibilidade dela estar fora” considerando a direção que ela tomou e a facilidade de encontrar caso esteja na raia 1.
No próprio artigo do John Byers ele sugere entre outras coisas (ter um forecaddie, limpar as áreas ao redor dos lagos, cortar o rough, etc…) para evitar dúvidas. Ele também fala que em muitos torneios os árbitros decidem por optar por bola perdida, que a meu ver é uma solução muito simplista, não analisando a fundo as regras.
Bom, isso é golfe: 34 regras e muita conversa…
Até a próxima,
J. Nabuco