Archive for setembro, 2015

Bola em monte de grama recém-cortada. Tem direto a alívio?

A bola de um jogador para em um monte de grama no campo de golfe. Ele em direito a alívio? Como?

grama

Vamos antes de qualquer coisa entender as definições. Grama cortada no campo pode ser impedimento solto ou terreno em reparo.

Toda grama cortada e empilhada para ser retirada pelos funcionários será considerada terreno em reparo, estando a área marcada ou não. Já um monte de grama não empilhada para ser retirado (normalmente as sobras dos cortes pelo Fairway), é considerado impedimento solto.

Desta forma, se o local onde a bola parou for considerado como “terreno em reparo”, o procedimento deve seguir a Regra 25, pois por definição terreno em reparo é uma “condição anormal do terreno”, assim como água ocasional ou buraco feito por animal lurador. Logo de acordo com a Regra 25, fora de um azar de água, o jogador deve identificar o primeiro ponto de alívio, não mais próximo da bandeira, e dropar a bola a uma distância de até um taco deste ponto, não mais próximo da bandeira. Ou seja, pode ter alívio sem penalidade.

Agora, se for identificado que não é uma pilha para ser retirada, será classificado como impedimento solto e pela Regra 23, se a bola e o impedimento solto não estiverem em um azar, ele pode ser removido, porém a bola não pode ser movida. Caso isso ocorra, será aplicada uma tacada de penalidade e a bola deve ser recolocada. Note que é o impedimento que pode ser removido, não a bola.

Vale lembrar que grama que estiver aderida à bola (comum acontecer com grama cortada e molhada pelo orvalho) não é impedimento solto e não pode ser retirada.

Até a próxima,
J. Nabuco

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“Dicas Rapidinhas” – Stroke Play X Match Play – Cap. 3

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Série “Dicas Rapidinhas”: Cap. 3 – Desconsiderar uma violação às Regras do Golfe.

A Regra 2-5, Nota 1 nos apresenta um ponto interessante que também só pode ocorrer em partidas Match Play: Um jogador pode desconsiderar uma violação às Regras, cometida por um adversário, desde que não tenha havido acordo entre as equipes para desrespeitar uma Regra (Regra 1-3). Ou seja, ele não deve informar a falha até que iniciem o próximo buraco, se o fizer, a violação deve ser corrigida ou ambos serão desclassificados.

As regras permitem esta desconsideração, pois a falha só afeta o resultado do buraco entre os jogadores, e não afeta os outros jogadores da competição.

Já em partidas Stroke Play, o jogador tem a obrigação de reportar uma violação às regras feita por seu competidor. Se ele não o fizer, ambos podem ser penalizados com a desclassificação.

Até a próxima,
J. Nabuco

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Estrada pública dividindo um campo em dois. Quando é fora de campo?

GofCrossing

Veja a seguinte situação:

Existe um campo em que uma estrada pública divide-o em dois, digamos, lado A e lado B, e esta estrada é considerada OB (fora de campo).

Logo, quando uma bola batida do lado A parar na estrada, ela estará fora de campo. Agora, se uma bola batida do lado A parar no Lado B, ela estará  também fora de campo?

Não, pois a definição de fora de campo é clara: Uma bola está fora de campo quando, parada, toda ela está fora do campo. Como a bola ficou no lado B, que também é campo, então a bola não está fora de campo.

Como isso produz uma injustiça, ou seja, quem jogar a bola na estrada será penalizado, e quem jogar além da estrada (conceitualmente, mais fora ainda) não será penalizado, recomenda-se que seja feito uma Regra Local para este caso, da seguinte forma: “Uma bola que cruzar uma estrada pública definida como fora de campo e parar além dessa estrada estará fora de campo, mesmo que esteja em outra parte do campo”.

Esta regra local é legítima e prevista pela Decisão 27/20.

Veja bem que este não é o caso de produzir uma regra local para evitar, por exemplo, que um jogador bata sua bola por cima de uma área definida como fora de campo para cortar um “dog leg”, e a bola cair no mesmo lado do campo. Neste caso, a bola para no mesmo lado do campo, ou seja, não é em outra parte do campo. Esta regra local é proibida pelas Regras do Golfe. (Decisão 33-8/38).

Até a próxima,
J. Nabuco

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“Dicas Rapidinhas” – Stroke Play X Match Play – Cap. 2

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Série “Dicas Rapidinhas”: Cap. 2 – Jogar duas bolas no caso de dúvida sobre uma regra, para depois a comissão julgar.

Em jogos por tacadas (Stroke Play), durante o jogo de um buraco, se um competidor tiver dúvida quanto aos seus direitos ou forma de proceder, ele pode, sem penalidade, completar o buraco com duas bolas, anotando o score feito por cada uma delas e ao final do jogo levar à comissão.

Em jogo por buraco (Match Play), esta opção de jogar duas bolas não existe, ou seja ele deve solicitar a presença de um árbitro. Caso isso não seja possível, ele deve decidir junto ao seu oponente qual a opção que deve ser feita. Se não chegar a um acordo, ele deve jogar conforme o oponente determinar e avisá-lo que registrará  uma reclamação para que, ao final da partida, a comissão decida.

Até a próxima,
J. Nabuco

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Falar ou não falar sobre uma violação das regras cometida por outro jogador?

One-Hundred

Caros amigos, este é o artigo número 100 publicado em “regrasdogolfe.com.br”, que este mês faz um ano no ar. É com grande alegria que comemoro e compartilho com vocês este um ano de troca de experiências. Recebi muitos elogios, algumas críticas e muitas participações. Tudo isso me motiva a continuar escrevendo, divulgando as Regras do Golfe e contando com a participação de todos. Esta semana não estou escrevendo sobre as regras, mas sobre quando avisar que uma regra foi violada.

Os jogadores tem a obrigação de avisar a comissão de um torneio, caso ele observe alguma violação às regras. Por exemplo, se um jogador bate uma bola para fora de campo, e ao recolocar outra bola em jogo, o faz no ponto onde a bola cruzou a linha de OB, quando deveria voltar e dropar no ponto onde deu a última tacada, certamente seria uma concorrência desleal com os outros jogadores que cumprem as regras.

Existem vários pontos sobre este tema que gostaria de compartilhar com vocês.

Não é apenas o seu marcador que deve te avisar sobre uma violação às regras, como muitos erradamente acreditam.

Sempre que possível, avise o jogador “antes” que a infração seja cometida. É sua obrigação como um golfista, ser cordial e honesto. Esperar que um jogador faça uma violação para depois aplicar-lhe a penalidade, é no mínimo um ato de desonestidade, que deve ser fortemente criticado. Lembre-se de uma máxima: Se quiser conhecer o caráter de uma pessoa, convide-o para jogar uma partida de golfe.

Eu acredito que, caso não tenha ninguém da comissão próximo, você deva avisar o outro jogador que ele cometeu uma infração, mesmo que não esteja em seu grupo, pois desta forma você estaria dando a ele uma chance de corrigir o erro, pagando a penalidade de acordo com as regras, mas evitando que seja desclassificado. Ele pode ficar um pouco chateado no momento, mas certamente te agradecerá no futuro. Se ele não receber bem sua ajuda e até te ofender, não se preocupe. Lamente por ele. Jogadores que agem assim em relação a outros jogadores, por qualquer razão, não devem ser bem-vindo em um campo de golfe ou em um torneio. Informe também esta ofensa à comissão e ela saberá como agir. Lembre que falta grave à etiqueta do golfe, pode resultar em desclassificação.

Por um outro lado, ao apontar a falha de um outro jogador, você pode, e muitas vezes acontece, se abalar emocionalmente e se desconcentrar do seu próprio jogo. Neste caso, você pode pensar que seria melhor fingir que não viu.

Assim fazendo, você poderia considerar que está até fazendo uma “gentileza” com este jogador, não informando esta violação e não o prejudicando.

Infelizmente não é assim que funciona com o sentimento humano. Imagine que ao final, na divulgação dos resultados e dos prêmios, aquele jogador que você viu infringindo as regras fique em primeiro lugar. Como você se sentiria com a traição que você cometeu com todos os outros jogadores?  Você tem a obrigação de proteger os jogadores que seguem as regras daqueles que não o fazem.

As regras são feitas para proteger os jogadores e a integridade do jogo, e tudo deve ser feito para que elas sejam aplicadas.

Difícil, não?

Até a próxima,
J. Nabuco

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“Dicas Rapidinhas” – Stroke Play X Match Play – Cap. 1

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Série “Dicas Rapidinhas”: Cap. 1 – Conceder uma tacada ou um buraco.

Em partidas por tacadas (Stroke Play), é muito comum a prática de “bolas dadas”. É claro que isso é contra as Regras do Golfe, mas acontece em partidas recreativas. Em torneios, nunca! Um buraco não terminado, ou seja, bola levantada sem embocar, significa desclassificação para o jogador, caso o erro não seja corrigido.

Agora, em partidas Match Play (por buracos), um jogador pode conceder ao seu oponente, a próxima tacada, o buraco, ou até mesmo a partida. Importante lembrar que uma vez concedido, a concessão não pode ser rejeitada nem retirada.

Até a próxima,
J. Nabuco

 

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Jordan Spieth foi penalizado por mover sua bola dentro de um azar de água?

Veja o que aconteceu no último torneio The Barclays, Edison, New Jersey:

spieth

Na sexta feira, no buraco 12, par 5, Jordan Spieth bateu sua segunda tacada e a bola foi parar em um azar de água. Ao procurá-la, ele pisa em sua bola, que estava no azar de água, mas não dentro da água. Ele decide dropar a bola de acordo com a regra 26-1 (azar de água), pagando uma penalidade e continuando até terminar o buraco com um bogey.

Seu procedimento foi correto?

Mais uma vez vemos um profissional do primeiro escalão do golfe mundial falhar ao interpretar as regras.

Ao pisar na bola, mesmo dentro do azar de água, mas não dentro da água, ele incorre na penalidade de um stroke, de acordo com a Decisão 18/1:

P:- Uma bola parada em grama alta escorrega verticalmente para baixo. A bola é acidentalmente pisada e empurrada para baixo cerca de 1/4 de polegada para dentro da grama, ou para dentro do solo. Nos dois casos, a bola foi deslocada?
R:- Sim, a menos que a bola volte para sua posição original. A direção do movimento é imaterial.

Logo, ele deveria pagar uma penalidade por mover a bola e outra por obter alívio ao dropar de acordo com a regra de azar de água. Esta foi a penalidade que o árbitro lhe informou e ele, após discutir muito, aceitou.

Mesmo se ele recorresse à regra 12-1c, que não penaliza um jogador por procurar sua bola em um azar de água, não seria válido, pois a regra define claramente que ela só se aplica se a bola estiver na água. Veja:

Regra 12-1c. Procurar pela Bola na Água ou em um Azar de Água

Se houver suspeita de que uma bola está dentro da água de um azar de água, o jogador pode, sem penalidade, tentar encontrá-la com um taco ou qualquer outro objeto. Se, dentro da água, a bola for movida acidentalmente nesse processo, não há penalidade; a bola deve ser recolocada, a não ser que o jogador prefira proceder de acordo com a Regra 26-1. Se a bola movida não estiver dentro da água, ou o deslocamento acidental tiver sido causado por ação do jogador não atribuível à sua procura, aplica-se a Regra 18-2a (bola movida por jogador).

Até a próxima,
J. Nabuco

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